Dia #03

Tem gente que come pra viver e gente que vive pra comer. Pertenço ao segundo grupo... ou pertencia. Pelo menos minha cabeça ainda pensa assim. Uma das coisas mais difíceis para o gordo é não pensar mais como gordo... Falo com propriedade. Quando emagreci 40 kg, tive que refazer meu guarda-roupas. Na hora da compra, eu ia nas grandes numerações. Enchia meu prato, comprava muita comida para "passar o mês". Demorou pra cabeça acompanhar o corpo. O interessante é reeducar não só a alimentação, mas o modo de pensar. Então, isso também é um exercício diário. Não vou me acostumar da noite para o dia. Não tenho esse auto-controle de ver chocolate na minha geladeira e conseguir comer só um pedacinho. Talvez um dia eu tenha, mas por enquanto, se não posso me controlar, melhor não ter. Que nem alcoólatra, saca? Não dá pra ter um bar cheio de bebidinhas, mesmo que só pra enfeitar, que o bebum não se segura. O comilão não vai resistir a uma lata de leite condensado. Vai virar ela pra dentro. Então quanto a isso, nem adianta falar "não precisa ficar isso, é só dosar", porque eu não sei fazer isso. Estou me esforçando para aprender, então essas coisas todas são itens proibidos na compra da casa, até que eu consiga me controlar. .

Marido fez um curso oferecido felo Sesi em parceria com a Secretaria de Educação aqui do estado, chamado "Alimente-se bem". Os participantes ganharam apostila e estou me beneficiando muito dela. Além de ótimas dicas nutricionais, a apostila traz 100 receitas saudáveis e econômicas, visando o máximo aproveitamento dos alimentos. Se a gente parar pra pensar, realmente jogamos muita coisa fora, que pode ser aproveitada. A proposta aqui em casa é começar a utilizar cascas, folhas, talos, bagaços na reparação dos alimentos, que além de econômico, é sim muito saudável. Ontem não consegui fazer caminhada, porque a chuva não deu uma treguinha, e isso me incomodou muito. Eu preciso manter o ritmo. Me conheço. Mas hoje o tempo está firme, e vai dar sim pra caminhar. Hoje o marido veio almoçar em casa, por isso fiz mais mato comida. Olha que belezura de mesa. E ainda rolou um arrozinho integral (isso já era comum aqui em casa, nem estranho mais, mas já estranhei...) Até ganhei elogios pelo rango!